O Josef chegou a Portugal há três meses. Sempre quis ir viver para o estrangeiro e escolheu a cidade do Porto para se instalar, por já lá ter família a viver e por Portugal ser um país com um custo de vida relativamente baixo.
Josef fala fluentemente alemão e inglês e já se inscreveu num curso de português para estrangeiros.
No banco
Assinou recentemente um contrato de trabalho com uma empresa portuguesa de tecnologia e está a viver temporariamente com um primo. Tem como objetivo juntar algum dinheiro para arrendar um apartamento só para si dentro de alguns meses.
Apesar de estar muito entusiasmado com este novo capítulo da sua vida e apaixonado pela cidade, o Josef tem enfrentado algumas dificuldades, nomeadamente de natureza logística e burocrática.
“Nunca pensei que fosse tão difícil para um estrangeiro lidar com coisas básicas como, por exemplo, abrir uma conta bancária. Para começar, as informações que existem online não são claras. Comecei por tentar abrir uma conta online, mas desisti porque não compreendia mais de metade das informações que me pediam e não sabia qual era a melhor conta para mim. Optei por ir a uma sucursal e depois de uma hora à espera disseram-me que não me poderiam atender naquele dia, porque o funcionário que sabia falar inglês já tinha saído. Pediram-me para voltar no dia seguinte, mas não quiseram fazer nenhuma marcação. Eu desisti.
No dia a seguir fui a outro banco e fui muito bem recebido. Estava tudo a correr bem até me pedirem um comprovativo de morada – uma fatura ou recibo em meu nome – que eu não tenho porque moro em casa do meu primo. Mostrei-lhes o meu contrato de trabalho, o que também não foi suficiente. Ainda por cima, o contrato ainda não tinha sido assinado pela entidade patronal, porque faltava preencher a informação relativa ao meu IBAN. A solução passou por ter de levar o meu primo ao banco para ele servir de testemunha em que eu realmente moro em casa dele.”
No centro de saúde
Um dia o Josef acordou com um ardor no olho e por recomendação do primo foi ao centro de saúde. Contudo, como ainda não estava inscrito e não tinha médico de família, não foi assistido. Para aproveitar o facto de já lá estar, o Josef tentou inscrever-se, mas não conseguiu. Mais uma vez, ele tinha que apresentar um comprovativo de morada, que não tinha.
Nesse mesmo dia, com a ajuda do primo, tentou marcar uma consulta online. “Falaram-me de um médico muito bom e quis marcar uma consulta com esse médico, mas havia o tema da lingua. Não consegui perceber que idiomas ele sabia falar. Acabei por deixar passar mais alguns dias na esperança de que o problema passasse, só que depois de cinco dias piorou muito e o olho começou a inchar. Acabei mesmo por ter de ir a uma urgência hospitalar onde fiquei internado para fazer uma cirurgia de urgência.”
Um olhar mais profundo
Conteúdo externo em inglês
According to the provisional results of the 2021 population census, the number of foreign residents in Portugal increased by 40% between 2011 and 2021, amounting to 555 299 people.
Data from the Foreigners and Borders Office (SEF) have already documented the growth of the foreign population residing in Portugal, and now these census findings confirm the trend.
The presence of People who come to look for better opportunities has direct and indirect impacts on host countries economy. Portugal is no exception: “Immigrants can stimulate demographics, contributing to a slower population ageing” says the expert. However, the contribution is not only brought by the number of new births but rather by the growing number of people in the labour force, since the foreign population is mostly younger and more skilled than the Portuguese.
This also contributes to the positive balance of the Social Security, adds Jorge Malheiros.
Another positive impact is that immigrants, especially in cities, represent a “generation of new ideas,” explains Jorge Malheiros. “Their creativity, innovation and the diversity of their ideas also stimulate the economy”.
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